Evento promovido pela unidade de saúde do Governo de Goiás na região sudoeste trouxe debate segurança do paciente e humanização no atendimento à comunidade LGBTQIA+
O Hospital Estadual de Jataí Dr. Serafim de Carvalho (HEJ) foi palco, na quarta-feira (23/4), do segundo Simpósio de Humanização e Diversidade. O evento teve como foco central a segurança do paciente e a humanização do atendimento à comunidade LGBTQIA+, mostrando caminhos para criar um ambiente propício para o diálogo e a reflexão sobre práticas que enriquecem a experiência do cuidado na saúde.
A cerimônia de abertura contou com a presença dos diretores da instituição Juliano Rocha e Fernanda Ribeiro, da gerente de qualidade Laryssa Hoff e da supervisora de enfermagem Maria Alice Freitas. Cada um deles compartilhou visões inspiradoras sobre a importância de acolher a diversidade no ambiente hospitalar.
“Este simpósio é uma oportunidade valiosa para discutirmos a relevância do acolhimento e da humanização no atendimento a pacientes LGBTQIA+. A saúde deve ser um espaço seguro para todos, e estamos comprometidos em implementar essas práticas em nossa unidade”, afirmou Juliano Rocha.
A programação do simpósio foi rica e diversificada, abordando tópicos fundamentais para o setor de saúde. Um dos momentos mais impactantes foi a discussão Construindo Espaços de Acolhimento para Pacientes LGBTQIA+ no Setor de Saúde, quando foram exploradas estratégias para garantir um ambiente que não apenas evite a discriminação, mas que promova ativamente o respeito e a dignidade de todos os pacientes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Outro destaque do evento foi a palestra Segurança do Paciente e a Importância da Humanização na Assistência a Pacientes LGBTQIA+, que ressaltou a necessidade de um atendimento empático e respeitoso.
Resiliência e coragem
Maria Alice Freitas, mulher trans e supervisora de enfermagem do HEJ, teve um papel central ao compartilhar sua trajetória. Sua história é um testemunho de resiliência e coragem, marcada por desafios e experiências.
“Trabalhar aqui é um privilégio e um desafio. Ao longo da minha vida, enfrentei discriminação e falta de acolhimento, mas encontrei no HEJ um ambiente que respeita minha identidade e me permite contribuir para uma assistência de qualidade. Acredito que nossa missão é acolher todos os pacientes, e isso começa com a valorização da diversidade dentro da equipe”, afirmou Maria, inspirando o compromisso coletivo em criar um espaço mais inclusivo.
A enfermeira Nayana Carvalho, responsável pela segurança do paciente do HEJ, fez uma reflexão: “A segurança do paciente não pode ser vista isoladamente da humanização do atendimento. Para que todos se sintam seguros, é imprescindível que respeitemos suas identidades e histórias.”
E acrescentou: “A inclusão de práticas humanizadas é fundamental para garantir que cada paciente, especialmente aqueles da comunidade LGBTQIA+, receba o cuidado digno que merece. Ao investirmos na humanização, estamos, na verdade, investindo na segurança e no bem-estar de todos que buscam assistência em nossa unidade.”
Os profissionais também abordaram o conceito de cuidado compassivo, discutindo sua definição e importância para a saúde integral. “Os cuidados são essenciais para o bem-estar dos pacientes. Eles vão além do tratamento físico; envolvem escuta ativa, empatia e respeito pela história de cada indivíduo. Quando tratamos os pacientes com compaixão, estabelecemos um vínculo que favorece a cura e a recuperação, promovendo uma experiência de saúde mais humana e integrada”, disse a psicóloga Priscila Barbosa.
O 2º Simpósio de Humanização e Diversidade se destacou não apenas como evento educativo, mas como um marco para o HEJ, representando avanço em direção a um sistema de saúde mais inclusivo e respeitoso. As histórias compartilhadas e as discussões realizadas reafirmam a importância de um atendimento que considera a diversidade como um valor essencial, abrindo caminho para um futuro onde todos os pacientes se sintam acolhidos, respeitados e dignos em sua busca por cuidados de saúde.
Texto e fotos: Jackeline Arandas